Sarmento, Henrique (Jacob) de Castro

Bragança, 1691 — Londres, 14 setembro 1762

Palavras Chave: newtonianismo, medicina setecentista, relações centro-periferia.

DOI: https://doi.org/10.58277/QTOR5398

Henrique, ou Jacob, de Castro Sarmento (1691-1762), médico judeu, nascido em Bragança e exilado em Inglaterra a partir de 1721, é considerado como o introdutor das ideias de Isaac Newton (1662-1727) em Portugal e um dos principais responsáveis pela disseminação da iatroquímica entre os médicos portugueses, contribuindo para o desenvolvimento da medicina e ciência portuguesas do século XVIII.

Sarmento nasceu em Bragança, filho de Francisco de Castro Almeida e de Violante de Mesquita, ambos cristãos-novos. A sua família fugiu daquela localidade para escapar às perseguições da Inquisição na província de Trás-os-Montes, no final do século XVII, tendo ido para Mértola onde Sarmento iniciou os seus estudos. Em 1706, a Inquisição iniciou um processo contra o pai, tendo os bens da família sido confiscados e a prisão deste ocorrido dois anos mais tarde. Quando Sarmento terminou o curso em Artes na Universidade de Évora, em 1710, o pai compareceu no auto de fé que teve lugar naquela cidade a 20 de Julho.

Em 1711, foi para Coimbra, onde frequentou o curso de medicina tendo obtido o grau em 1717. Depois de algum tempo a praticar medicina no Alentejo, foi para Lisboa, dado o seu nome constar de uma lista de 92 pessoas denunciadas por Francisco de Sá Mesquita à Inquisição de Évora. Em Lisboa, Sarmento casou com a sua prima Luísa Inácia, também ela de origem judaica. Desconhece-se quanto tempo permaneceu na capital portuguesa, mas, em 1721, provavelmente devido ao receio de poder ser preso, o médico português e a sua mulher foram para Londres, cidade onde existia uma comunidade judaica importante.

Após a chegada à capital inglesa, foi circuncidado, tendo mudado o seu nome cristão para Jacob. No seio da comunidade sefardita de Bevis Marks, Sarmento conheceu David Nieto (1654−1728), líder da congregação judaica desde o início do século, e Isaac de Sequeira Samuda (1681−1729), médico da legação portuguesa junto da coroa britânica e o primeiro judeu a ser eleito sócio da Royal Society of London. A relação de alguma proximidade estabelecida entre Sarmento e Nieto terá sido relevante para a evolução do pensamento teológico e científico do médico português. Nieto era newtoniano, tendo procurado conciliar a ortodoxia judaica com as implicações teológicas das ideias de Newton, pelo que a amizade estabelecida entre os dois terá sido relevante em diversos aspetos.

Em 1724, foi acusado pelos membros da congregação judaica londrina de ter denunciado cristãos-novos à Inquisição portuguesa. Na sequência do processo iniciado pelos Anciãos da Sinagoga, o médico português foi ilibado de todas as acusações, mas é possível que esta situação tenha prejudicado a sua relação com alguns dos membros da congregação; por outro lado, Sarmento foi diversas vezes admoestado publicamente por não cumprir os ritos judaicos.

Neste mesmo ano, publicou uma obra religiosa intitulada Exemplar de Penitencia dividido em três discursos, para o dia santo de Kipur, dedicado ao grande e omnipresente Deus de Israel. Este livro, cujo parecer foi escrito pelo próprio Nieto, que também terá influenciado a sua escrita, tinha como principais objetivos evidenciar o seu compromisso para com a religião de Moisés e atacar os seus inimigos e detratores.

Apesar destes problemas, o médico português foi consolidando a sua carreira profissional na competitiva classe médica londrina, tendo sido admitido como membro do Royal College of Physicians em 1725, o que lhe permitiu começar a exercer a profissão, ainda que as posições mais vantajosas lhe estivessem vedadas.

Quando Nieto morreu em 1728, Sarmento foi convidado a escrever o elogio fúnebre do ancião, intitulado Sermam Funebre. A partir desta data, e depois de ter sido eleito sócio da Royal Society, a 3 de Fevereiro de 1730, após a morte de Samuda, a sua atividade no âmbito da congregação sefardita parece ter estagnado.

A eleição para sócio da prestigiada sociedade londrina teve um impacto significativo na sua carreira. Logo em 1730, e com o patrocínio de Hans Sloane (1660−1753), presidente da Royal Society, entrou em contato com Emanuel Telles da Silva, Marquês do Alegrete, presidente da Academia Real de História, sugerindo a criação de um horto botânico, com sementes provenientes do Chelsea Garden. Apesar de essa sugestão não ter sido aceite, dadas as características da sociedade portuguesa, orientada para as humanidades, Sarmento continuou a servir de interlocutor entre as duas sociedades. A mesma sugestão foi apresentada ao reitor da Universidade de Coimbra, D. Carneyro de Figueiroa, com quem manteve contacto, ainda que a proposta, uma vez mais, não tenha sido seguida.

Em 1731, D. João V convidou Sarmento a participar no projeto de reforma da medicina portuguesa, tendo Xavier de Meneses, 4.º Conde da Ericeira (1673−1743) servido de mediador. Na sequência desse convite, foi definido que a reforma deveria ser iniciada com a tradução das obras de Francis Bacon, recentemente compiladas por Peter Shaw (1697−1763), seu colega na Royal Society, sendo o rei português aconselhado a enviar médicos nacionais ao estrangeiro de modo a que pudessem trazer para Portugal as novidades médicas. Nesse ano foi publicado um pequeno folheto intitulado Propoziçoens para imprimir as Obras Philosophicas de Francisco Bacon, onde se define o plano da obra. O projeto não foi por diante, havendo indicações de que conselheiros influentes do rei, como o padre jesuíta Johannes Carbone (1694-1750), se tenham oposto à concretização da reforma preconizada por Sarmento. A relação entre este e o Conde da Ericeira prosseguiu durante muitos anos até à morte do conselheiro real.

Nos anos seguintes à sua eleição para sócio, Sarmento apresentou os resultados das observações astronómicas feitas por padres jesuítas em Portugal e no vasto império português, veiculando informações relevantes para a coroa britânica, interessada em consolidar o seu poderio internacional. Algumas das observações foram feitas por Carbone no observatório dos jesuítas, provavelmente equipado com instrumentos adquiridos em Londres por Samuda, e após a morte deste, por Sarmento. 

A chegada a Londres de Marco António de Azevedo Coutinho (1688−1750), em 1735, foi importante para Sarmento por significar o retomar da sua atividade enquanto autor de obras científicas. De facto, nesse ano, publicou a primeira parte da sua obra médica mais importante, intitulada Materia Medica Physico-Historico-Mechanica, cuja escrita havia sido iniciada em 1731, e que deve ter sido pensada originalmente como parte integrante da reforma da medicina portuguesa. A obra foi dedicada a Azevedo Coutinho que anos mais tarde, a 26 de Abril de 1738, nomeou Sarmento médico da legação portuguesa. 

As relações estabelecidas com os enviados da coroa portuguesa foram importantes para a consolidação do seu prestígio junto desta. Quando Sebastião José de Carvalho e Melo (1699−1782), esteve em Londres, o médico português e o diplomata estabeleceram uma relação de alguma proximidade. 

Em 1739, Sarmento obteve o grau de doutor em medicina pela Universidade de Aberdeen, tendo Sloane intercedido a seu favor, numa época em que a referida instituição atribuía diplomas sem necessidade da frequência de aulas. A obtenção deste grau foi importante para a consolidação da sua carreira médica, permitindo-lhe melhorar o seu estatuto profissional.

Nos anos seguintes, escreveu a maior parte das suas obras científicas, abordando diversos aspetos da prática médica, procurando contribuir para o desenvolvimento da medicina portuguesa. Concomitantemente, a sua rede de contactos aumentou; para além dos diplomatas que exerceram funções na legação portuguesa na capital inglesa, estabeleceu contactos com diversas personalidades portuguesas, merecendo especial destaque a relação mantida com alguns médicos, como João Mendes Sachetti Barbosa, ou António Nuno Ribeiro Sanches (1699−1783), que esteve em Londres durante algum tempo, antes de ir para Leyden, onde foi discípulo de Hermann Boerhaave.

Enquanto sócio da Royal Society, Sarmento esteve envolvido na eleição de diversas personalidades portuguesas para aquela instituição, incluindo Bento de Moura Portugal, Teodoro de Almeida e todos os enviados do rei português à capital britânica. Apresentou também diversas comunicações, algumas publicadas nas Philosophical Transactions.

Em 1748, Sarmento abandonou a comunidade judaica que o tinha acolhido, referindo, na nota que acompanha o seu pedido, a existência de atritos com outros membros. É possível que o abandono da congregação se relacione diretamente com o seu desejo de casar com a amante cristã, com quem efetivamente casou após ter enviuvado de Isabel Inácia. 

As boas relações entre Sarmento e a coroa portuguesa mantiveram-se após a subida ao trono de D. José I, continuando a desempenhar as funções de intermediário entre Inglaterra e Portugal. Os problemas de saúde de que padeceu durante uma parte da sua vida agravaram-se com a idade, tendo morrido em 1762 e enterrado num cemitério não judaico.

A primeira obra de Sarmento foi importante para o estabelecimento do seu prestígio internacional. Intitulada A Dissertation on the method of inoculating the Small-Pox, foi publicada logo em 1721 no auge da polémica relacionada com a introdução da inoculação das bexigas (varíola) em Inglaterra, que antecedeu a vacinação desenvolvida por Edward Jenner (1749-1823). Esta técnica esteve envolta em polémica, por implicar a introdução do agente de uma doença num corpo são.

A Dissertation é a única obra que Sarmento publicou em inglês e a primeira na Europa a abordar esta temática. Sarmento aludiu de forma explícita às ideias de Newton quando procurou explicar o modo como a doença produz os seus efeitos no corpo humano, sendo esta a primeira manifestação da sua adesão ao sistema newtoniano. No ano seguinte, foi publicada a versão latina, tendo esta sido alvo de contrafação. A obra circulou em diversos países, como a Holanda, a Alemanha ou a França, tornando Sarmento conhecido fora de Inglaterra. Em 1730, após a sua eleição para sócio da Royal Society, foi publicada a segunda edição da obra em latim. O livro nunca circulou em Portugal de forma autónoma, tendo o autor optado por incluir a segunda edição latina em obras posteriores. A inoculação das bexigas não foi bem recebida pela comunidade médica portuguesa, tendo sido aplicada na prática apenas no final do século XVIII, muitos anos após a morte de Sarmento, quando foi criado o Hospital Real da Inoculação das Bexigas. 

Em 1726, foi publicada a sua primeira obra científica escrita em português, intitulada Syderohydrologia, onde aborda a utilização das águas minerais para fins terapêuticos, tendo esta temática sido desenvolvida pelo seu autor em outros livros. 

Na Materia Medica, publicada em 1735, as águas minerais são abordadas com maior pormenor, incluindo uma primeira tentativa de caracterização das águas das Caldas da Rainha, pelas quais tinha particular interesse. Anos mais tarde, na sequência do envio para Inglaterra de amostras destas águas, publicou um apêndice à obra, com o título Appendix ao que se acha escrito na Materia Medica (1753), onde incluiu uma descrição pormenorizada dos ensaios efetuados para determinar a composição das águas das referidas termas. Sarmento conheceu pessoalmente Thomas Short e Peter Shaw, seus colegas na Royal Society, médicos que melhoraram os métodos experimentais propostos por Friedrich Hoffman para a elucidação das propriedades das águas minerais. 

Sarmento foi um dos impulsionadores da utilização das águas minerais e termais no tratamento de doenças em Portugal, tendo sublinhado a necessidade de se efetuarem testes laboratoriais às águas minerais existentes em solo nacional, de modo a determinar quais as suas potenciais aplicações terapêuticas. 

A Materia Medica veicula uma visão da medicina baseada na experimentação e no conhecimento das propriedades terapêuticas das substâncias. Contém, por isso, a descrição de diversas substâncias utilizadas no tratamento das doenças, indicando os métodos a ser seguidos na determinação da sua composição. Esta é a primeira obra portuguesa de iatromecânica, sistema seguido pelo médico português e pela maior parte dos seus colegas ingleses, sendo notória a influência de autores como Robert Boyle, Newton e Boerhaave. Numa altura em que o ensino médico na Universidade de Coimbra era dominado pela influência do galenismo, associado à superstição e à crença em poderes ocultos que continuavam a orientar a prática clínica, o livro terá contribuído para uma alteração da atitude dos médicos portugueses relativamente à sua profissão. As duras críticas que lhes foram endereçadas, especialmente a João Curvo Semedo (1635-1719), exemplificam o modo como Sarmento encarava a medicina portuguesa da sua época.

Em 1758, foi publicada a segunda edição da Materia Medica, que incluiu uma segunda parte, dedicada aos reinos animal e vegetal. Esta é menos extensa do que a primeira, dedicada ao reino mineral, apesar de incluir plantas, como o barbatimão (Stryphonodendrom adgistrens), cuja utilização era ainda desconhecida dos médicos portugueses. Esta foi a última contribuição de Sarmento para o desenvolvimento da medicina portuguesa.

A Theorica Verdadeira das Mares, editada em 1737, foi a sua principal contribuição para a disseminação do newtonianismo em Portugal. Trata-se de uma obra ímpar no contexto das obras de filosofia natural portuguesas da primeira metade do século XVIII, por abordar uma temática polémica, numa época em que a mera alusão ao sistema coperniciano era ainda encarada com suspeição por parte das autoridades responsáveis pela censura dos livros. A obra utiliza o formalismo matemático, baseado nos artigos de John Theophilus Desaguliers, demonstrador da Royal Society, de quem Sarmento era amigo, e de Edmund Halley. Não são conhecidas reações à obra em Portugal. Tudo leva a crer que a linguagem utilizada tenha afastado os leitores, contribuindo para o seu insucesso. 

Das restantes obras publicadas por Sarmento, merecem especial destaque as que se dedicam aos medicamentos secretos. A primeira, intitulada Relaçam de Alguns Experimentos, e Observaçoens sobre as Medicinas de Madam Stephen para dissolver a Pedra (1742), é a tradução de um livro de Stephen Hales sobre o medicamento de Madame Stephens para dissolver a pedra na bexiga, cujo segredo foi vendido ao Parlamento Inglês por uma soma avultada. A tradução foi feita por sugestão do Marquês de Pombal, a quem a obra foi dedicada. 

A Água de Inglaterra, o medicamento de segredo mais importante do século das luzes, era utilizada no tratamento das febres intermitentes (paludismo). O processo para a sua obtenção foi desenvolvido pelo médico inglês Robert Talbot, que terá comunicado o seu segredo a Henrique Mendes, médico pessoal de D. Catarina de Bragança, mulher do rei D. Carlos II. Tanto Talbot como Mendes acabaram por vender o segredo da preparação do medicamento, tornando públicos os ingredientes utilizados. No caso de Mendes, foi concedido privilégio real para que ele e os seus familiares comercializassem esta droga. Existem indícios de que Sarmento terá iniciado a produção e comercialização deste medicamento a partir de 1731, provavelmente aproveitando o facto de os descendentes do Dr. Mendes, entretanto falecido, fabricarem um produto de duvidosa qualidade. Utilizando o seu prestígio e os contatos estabelecidos com membros da corte portuguesa e com médicos da universidade de Coimbra, Sarmento conseguiu que a Água de Inglaterra se impusesse no mercado português, utilizando os seus livros para anunciar o medicamento. Na Materia Medica, é defendida a manutenção do segredo do processo utilizado na preparação da Água de Inglaterra, sustentando que apenas deveria ser revelada a sua composição. 

A obra intitulada Dos Usos e Abusos das minhas Agoas de Inglaterra, editada em 1756, não é mais do que a bula do seu medicamento, indicando como este deveria ser administrado no tratamento do paludismo e de outras doenças. Mesmo após a morte de Sarmento, a Água de Inglaterra continuou a ser produzida durante muito tempo por um familiar que lhe roubou a receita. A criação da Real Junta do Proto-Medicato, no reinado de D. Maria I, que passou a regular o exercício da atividade médica, não impediu a continuação da sua produção até meados do século XIX.

Sarmento também publicou, em 1746, um livro dedicado aos cirurgiões, intitulado Tratado das Operaçoens de Cirurgia. Esta tradução de uma obra de Samuel Sharp teve um sucesso significativo, tendo sido reeditada, provavelmente devido ao rigor das descrições e por existirem poucas obras similares escritas em português.

A obra e a atividade de Jacob de Castro Sarmento assumem particular relevância no contexto da ciência e da medicina portuguesas do século XVIII, por ilustrarem o modo como a informação circulou entre a Grã-Bretanha e Portugal. Newtoniano, médico, autor de obras científicas, judeu e produtor de medicamentos de segredo, Sarmento teve um papel importante na paulatina mudança em curso na medicina e ciência portuguesas, apresentando às elites portuguesas algumas das novidades médicas e científicas do século.

Hélio Pinto

Arquivos

Biblioteca Nacional.
Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa.

Obras

Sarmento, Jacob de Castro, A Dissertation on the method of inoculating the Small-pox with critical remarks on the several authors who have treated of this disease. Londres: Thomas Bickerton, 1721.

Sarmento, Jacob de Castro, Siderohydrologia: OU Discurso Practico Das Agoas Mineraes Espadanas ou Chalybeadas; Em que se mostra Sua Natureza, Composição, Methodo de as beber, e os achaques em que são Convenientes. Londres: J. Humfreys, 1726.

Sarmento, Jacob de Castro, Serman funebre as deploraveis memorias do muy Reverendo e doutissimo Haham Assalem Morenu, A. R. David Netto, Insigne Theologo, Eminente Pregador e Cabeça da Illustre Congregação de Sahar Hassamaym. Londres: 1727.

Sarmento, Jacob de Castro, Materia Medica, Physico-Historico-Mechanica, Reyno Mineral, Parte I, a que se ajuntam Os principaes Remedios do prezente estado da Materia Medica; como Sangria, Sanguessugas, Ventosas Sarjadas, Emeticos, Vesicatorios, Diureticos, Sudorificos, Ptyalismicos, Opiados, Quina Quina, e, em especial, as minhas Agoas de Inglaterra como também, Huma Dissertaçam Latina sobre a Inoculaçam das Bexigas. Londres: 1735.

Sarmento, Jacob de Castro, Theorica Verdadeira das Mares, conforme a Philosophia do incomparavel cavaleiro Isaac Newton. Londres: 1737.

Sarmento, Jacob de Castro, Relaçam de Alguns Experimentos, e Observaçoens, Feitas sobre as Medicinas de Madam Stephens, para dissolver a Pedra. Em que Se tras a Exame, e se mostra a sua Faculdade Dissolvente Por Estevao Hales, Dr. em Theologia, Reytor de Faringdon, &c. e Socio da Sociedade Real. Ajuntasse hum Compendio Historico De todos os Factos, des de a Origem deste Descobrimento, ate que, por fazelo publico, recebeo a sua Inventora, do Parlamento de Inglaterra, o premio de cinco mil Livras, ou cincoenta mil cruzados. Londres: 1742.

Sarmento, Jacob de Castro, Tratado das Operaçoens de Cirurgia Com as figuras e descripçam dos Instrumentos de que nellas se faz uzo, e huma Introducçaõ sobre a natureza, e Methodo de tratar as Feridas, Abcessos, e Chagas, traduzido em Portuguez da quarta edição de Mons. S. Sharp Cirurgiaõ do Hospital de Guy de Londres. Londres: 1746.

Sarmento, Jacob de Castro, Appendix ao que se acha escrito na Materia Medica do Dr. Jacob de Castro Sarmento sobre a Natureza, Contentos, Effeytos, e Uso pratico, em forma de bebida, e banhos das Agoas das Caldas da Rainha. Partecipado a o Publico, em huma Carta escrita Ao Dr. Joaõ Mendez Saquet Barboza, Socio da Sociedade Real de Londres, &c. A que se ajunta O novo Methodo de fazer uzo da Agoa do Mar, na Cura de muitas Enfermidades Chronicas, em especial nos Achaques das Glandulas. Londres: 1753.

Sarmento, Jacob de Castro, Do Uso, e Abuso Das Minhas Agoas De Inglaterra Ou Directorio, e Instrucçam Para Se saber seguramente, quando se deve, ou naõ, usar dellas, assim nas enfermidades agudas; com em algumas chronicas; e em casos propriamente de Cirurgia Pello Inventor das mesmas Agoas. Londres: Guilherme Strahan, 1756.

Sarmento, Jacob de Castro, Materia Medica Physico-Hystorico-Mechanica. Reyno Mineral Parte I A que se ajuntam Os principaes Remedios do prezente Estado da Materia Medica; como Sangria, Sanguessugas, Ventozas Sarjadas, Emeticos, Purgantes, Vesicatorios, Diureticos, Sudorificos, Ptyalismicos Opiados, Quina Quina, e, em especial, as minhas Agoas de Inglaterra. Ediçam nova, corrigida, e repurgada, a que se accrescentam por continuaçam desta Obra, para fazela Completa, Os Reynos Vegetavel , e Animal Parte II. Londres: Guilherme Strahan, 1758.

Bibliografia sobre o biografado

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Goldish, Matt, “Newtonian, Converso, and Deist: The Lives of Jacob (Henrique) de Castro Sarmento.”, Science in Context, 10, 4(1997): 621-675.

Pinto, Hélio, “Jacob de Castro Sarmento e o Conhecimento Médico e Científico do século XVIII.”, Tese de Doutoramento, Universidade Nova de Lisboa, 2015.