Pires, Tomé

Lisboa, ca. 1470 — Cantão, ca. 1527

Palavras-chave: Tomé Pires, Suma Oriental, Ásia, século XVI.

DOI: https://doi.org/10.58277/ZMMP4461

Tomé Pires, autor da Suma Oriental, a primeira grande geografia europeia moderna dos espaços asiáticos, desempenhou funções de boticário de vários membros da Casa Real portuguesa na passagem dos séculos XV para XVI. Nada se consegue apurar sobre um eventual percurso académico, pelo que terá realizado a sua aprendizagem de forma empírica com o pai, também ele boticário de príncipes. Em 1511 Pires partiu para a Índia como feitor das drogarias, com o encargo de supervisionar todo o processo de escolha, aquisição e acondicionamento das drogas asiáticas enviadas do Oriente para Portugal, de modo a evitar o embarque de mercadorias de fraca qualidade. Após alguns meses de residência em Cananor, Pires foi despachado para Malaca por Afonso de Albuquerque, que então exercia funções de governador do nascente Estado da Índia, com o encargo de tirar inquirição sobre irregularidades que ali estavam a ser cometidas pelos funcionários portugueses. Em Junho de 1512 Tomé Pires já se encontrava naquela cidade portuária, onde residiria nos anos seguintes, desempenhando funções de escrivão da feitoria e vedor das drogarias. Numa carta ao irmão João Fernandes, em finais desse ano, dizia-se extremamente rico, lamentando embora a aspereza do clima e a dureza das condições de vida. Tanto quanto se consegue apurar, a estada em Malaca foi repetidas vezes interrompida por participações em viagens mercantis a Samatra, Java, e talvez ao Pegu. Pires regressou à Índia em Janeiro de 1515, com intenção de voltar logo de seguida a Portugal, na posse da considerável fortuna que acumulara. Em cartas dirigidas à família falava com saudade do enorme ‘prazer que era estar cada um onde nasceu e [onde] falam todos português’. Mas os eventuais planos de regresso à Europa foram rapidamente postos de parte, pois em Setembro de 1515 chegava à Índia o novo governador Lopo Soares de Albergaria, que no seu regimento trazia o encargo de despachar uma armada sob o comando de Fernão Peres de Andrade, para assentar relações de amizade com a China. O cargo de embaixador veio a ser atribuído a Tomé Pires graças a um curioso conjunto de circunstâncias. Era pessoa de muito crédito, que, para além da dignidade que lhe era conferida pela idade, juntara considerável fortuna durante escassos anos de residência no Oriente. Ao mesmo tempo, era homem de baixa condição, facilmente sacrificável caso o relacionamento com os chineses não decorresse da melhor forma. Depois, em virtude das suas inegáveis habilitações profissionais, o boticário seria o homem mais apropriado para avaliar as possibilidades mercantis oferecidas pela China. Por último, Tomé Pires era amigo pessoal de Lopo Soares de Albergaria, com quem convivera durante os anos de juventude. Em finais de Abril de 1516, Fernão Peres de Andrade largava do litoral da Índia com rumo a Malaca, levando a bordo o boticário e feitor Tomé Pires, temporariamente promovido à dignidade de embaixador de el-Rei Dom Manuel I (r. 1495–1521). A expedição comandada por Fernão Peres de Andrade teve um estrondoso sucesso, pois aquele capitão português conseguiu levar os seus navios até ao porto de Cantão durante o ano de 1517, ultrapassando os sucessivos obstáculos que lhe foram colocados pelas autoridades costeiras chinesas. Durante longos meses, vários navios portugueses estiveram ancorados diante da grande metrópole da província de Guangdong, efetuando proveitosos negócios e colhendo amplas notícias sobre a realidade chinesa, por ocasião de sucessivas visitas à cidade e de múltiplos contactos com a população local e com os mandarins cantonenses. Fernão Peres regressaria a Malaca em 1518, com as encorajadoras notícias de que a terra ficava assentada, como então se dizia, e que Tomé Pires e a sua comitiva haviam sido desembarcados em Cantão, onde ficavam a aguardar despacho imperial para rumarem a Pequim. Entretanto, a embaixada portuguesa não chegou a atingir os seus objetivos, em virtude de uma complexa sucessão de

eventos. Inicialmente, tudo parecera correr da melhor forma, pois os membros da comitiva haviam sido devidamente alojados em Cantão pelas autoridades provinciais chinesas. Mas um documento chinês da época sublinha que os fulangji—nome pelo qual os portugueses passaram desde então a ser designados—não figuravam nas listas oficiais de estados tributários do Império do Meio, circunstância que motivou uma demorada troca de correspondência entre os mandarins da província de Guangdong e a burocracia de Pequim. Tomé Pires e os seus companheiros de embaixada residiriam em Cantão até Janeiro de 1520, dedicando-se a frutuosas transações mercantis e contactando com os grupos de portugueses que, a partir de Malaca, afluíam ao litoral chinês em busca de negócios proveitosos, trocando mercadorias oriundas das regiões tropicais, como especiarias e incensos, por produtos chineses manufaturados, como sedas e porcelanas.

A autorização de entrada em território chinês chegou finalmente a Cantão em 1520, e Tomé Pires e os seus companheiros foram conduzidos a Pequim, seguindo ao longo de vários meses o trajeto normal das embaixadas estrangeiras. Em Nanquim, os portugueses tiveram oportunidade de efetuar uma demorada paragem, onde, de acordo com algumas fontes portuguesas, o embaixador se encontrou repetidamente com o imperador Zhengde (r. 1505– 1521), que então fazia um périplo pelas províncias meridionais do seu vasto império. Estas informações algo invulgares são confirmadas por documentação chinesa e coreana da época, que refere que o imperador chinês teria convivido com alguns dos membros da embaixada portuguesa, interessando-se pela sua língua e pelos seus costumes. Porém, após a chegada da comitiva portuguesa à capital imperial chinesa, os acontecimentos precipitaram-se, culminando no total fracasso da embaixada. Em primeiro lugar, começaram a chegar a Pequim relatórios oriundos do litoral do Guangdong a respeito das expedições lusitanas que agora ali aportavam anualmente. Os portugueses desobedeciam amiúde às diretivas das autoridades provinciais, quebrando algumas das regras protocolares que regiam o comportamento dos estrangeiros. De acordo com o testemunho mais tardio do dominicano Gaspar da Cruz, no seu Tratado das cousas da China (Évora, 1570), os ‘Fancui, que quer dizer homens do diabo’, como também eram apelidados os portugueses, adotavam uma postura turbulenta e irreverente, perfeitamente inaceitável para os oficiais em serviço na região de Cantão. Depois, estas notícias, que indispuseram desde logo os oficiais pequinenses contra a embaixada portuguesa, foram agravadas pela chegada a Pequim de um emissário do antigo sultão de Malaca, que apresentou queixas contra a violenta atuação dos portugueses, que em 1511 haviam ocupado aquele centro portuário. Deve referir-se que o sultanato de Malaca estivera ligado à China por laços formais de dependência até à data da ocupação portuguesa. Em terceiro lugar, a carta de el-rei Dom Manuel ao soberano chinês, de que Tomé Pires era portador, causou enorme perplexidade em Pequim, pois verificou-se que o seu conteúdo não correspondia à respetiva tradução, que fora preparada em Cantão por intérpretes locais. Enquanto a versão chinesa respeitava o cerimonial usual em tais documentos, a missiva original assumia um tom igualitário perfeitamente intolerável do ponto de vista chinês num documento originário de um pretenso estado tributário. Finalmente, para complicar ainda mais a situação da comitiva lusitana, o imperador Zhengde, que estava de regresso à sua capital setentrional, contraiu uma grave doença e veio a falecer em princípios de 1521, ainda antes de ter recebido Tomé Pires. O embaixador e os seus acompanhantes, na sequência de todos estes eventos, foram encaminhados para Cantão, onde foram colocados debaixo de prisão. E as autoridades imperiais, na sequência de um curto período de confrontos entre as armadas chinesas e as embarcações mercantis oriundas de Malaca que continuavam a afluir ao litoral de Cantão, interromperam formalmente as relações com os portugueses, proibindo os fulangji de comerciarem em território chinês. Em anos seguintes, transferidos de cárcere em cárcere, os membros da embaixada acabariam por

sucumbir um a um, sem voltarem a abandonar a China. O próprio Tomé Pires, de acordo com o testemunho de um dos capitães de Malaca, teria morrido em 1527 ou 1528, no seu cativeiro cantonense. Entretanto, não pode deixar de ser tomado em conta o testemunho bastante mais tardio de Fernão Mendes Pinto, que por volta de 1580 escrevia na sua Peregrinaçam (Lisboa, 1614) que anos antes encontrara no interior da China uma chinesa de nome Inês de Leiria, alegadamente filha do antigo embaixador Tomé Pires.

Quando em 1515 regressou à Índia, Tomé Pires tinha trazido consigo um extenso manuscrito composto durante a permanência em Malaca, a que dera o título de Suma Oriental e no qual descrevia com enorme riqueza de pormenores um significativo número de regiões e de povos da Ásia marítima. Dotado de um singular poder de observação, de uma curiosidade insaciável e de evidentes capacidades inquiridoras, o boticário português conseguira reunir por escrito, em escassos três anos de vivência asiática, um prodigioso acervo de dados sobre inúmeras realidades orientais até então perfeitamente desconhecidas dos europeus. É difícil concluir se a ideia de compor um tratado de geografia oriental partiu do próprio Tomé Pires ou se resultou de uma encomenda expressa formulada por Afonso de Albuquerque. O governador estava então empenhado na consolidação da presença portuguesa na Ásia, através da construção de uma vasta rede de feitorias e fortalezas, complementadas por uma política de aproximação a determinadas potências asiáticas. E este processo de contornos vagamente imperiais não podia dispensar uma ampla e rigorosa recolha de notícias sobre as áreas que direta ou indiretamente interessavam aos portugueses. Era esse precisamente o objetivo da Suma Oriental: apresentar um alargado e circunstanciado panorama de todas as regiões da Ásia marítima que poderiam interessar a Portugal, em termos de uma intervenção lucrativa no comércio asiático. O comércio e a mercadoria, aliás, são os fundamentos primeiros do tratado de Tomé Pires, que escrevia que o ‘trato de mercadoria é tão necessário que sem ele não se susteria o mundo’ e que ‘este é o que enobrece os reinos, que faz grandes as gentes e nobilita as cidades, e o que faz a guerra e a paz’. Este programa, enunciado desde as primeiras linhas da obra, é efetivamente cumprido, pois Tomé Pires, de forma sistemática, e começando no Mar Vermelho, vai descrevendo sucessivamente todo a Ásia marítima, destacando em cada região os principais portos, as mercadorias que ali eram intercambiadas, os preços cobrados, as moedas, pesos e medidas utilizadas, os direitos alfandegários vigentes, os câmbios praticados, as rotas seguidas e os calendários de viagem praticados. Paralelamente, a Suma Oriental era enriquecida com outros dados direta ou indiretamente relacionadas com as realidades mercantis. Assim, a propósito de numerosas regiões abordadas, o boticário fornecia informações complementares sobre sistemas políticos, crenças da população, potencialidades bélicas, embarcações disponíveis localmente, existência e estatuto de comunidades estrangeiras, bem como determinadas particularidades linguísticas.

A organização da obra, tal como aparece no único manuscrito completo que hoje se conserva, pode ser esquematizada da seguinte forma: Livro primeiro: do Egipto a Cambaia, incluindo secções sobre as Arábias, o Egipto, a Pérsia, Cambaia, o Canará, Narsinga e o Malabar. Livro segundo: de Cambaia a Goa, incluindo secções sobre o Decão e Goa. Livro terceiro: de Bengala à Indochina, incluindo secções sobre Bengala, Arracão, o Pegu, o Sião, o Bramá, o Camboja, o Champá e a Cochinchina. Livro quarto: da China ao Bornéu e a Lução, incluindo secções sobre a China, Java, as ilhas da Sunda Menor, as ilhas de Maluco, o Ceilão, os Léquios, o Japão, o Bornéu, os Luções e Samatra. Livro quinto: com uma única secção dedicada a Malaca. Contudo, em termos quantitativos, o núcleo informativo essencial da Suma Oriental era dedicado ao Sudeste Asiático, que abarcava sessenta por cento do texto total. Esta excecional importância atribuída por Tomé Pires àquela parte da Ásia, e sobretudo

à Insulíndia, tem várias explicações. Por um lado, os portugueses tinham vindo para o Oriente sobretudo por razões comerciais, em demanda das mais raras e valiosas drogas e especiarias. Ora muitos dos produtos naturais que estavam na origem dessas cobiçadas mercadorias eram precisamente oriundos do Sudeste Asiático e mormente do grande arquipélago indonésio, não se encontrando alguns deles (como o craveiro ou a moscadeira, por exemplo) em nenhuma outra parte do mundo. Por outro lado, a parte insular da Ásia que se estendia de Samatra para leste, compreendendo mais de três mil ilhas, era, para os europeus da época, uma das mais misteriosas e menos bem conhecidas. Enfim, por outro lado ainda, e tal como já foi referido, Tomé Pires preparou o seu tratado geográfico em Malaca, que era então o ponto de confluência de vastíssimas redes mercantis que cruzavam toda a Insulíndia. A obra de Tomé Pires constitui uma fonte histórica de extraordinário valor a múltiplos níveis. Em primeiro lugar, como obra revolucionária no contexto da história da geografia europeia, pois impôs um momento de total rutura no processo de conhecimento europeu de muitas regiões da Ásia e mormente das suas partes mais orientais. Depois, como documento insubstituível na construção da história asiática, já que apresenta um circunstanciado panorama político e económico de vastas regiões orientais. Em terceiro lugar, a Suma Oriental vale como vastíssimo repositório de informações etnográficas, muitas delas inéditas e obtidas em primeira mão, sobre muitos povos orientais. Finalmente, como testemunho de um momento privilegiado na história das relações da Europa com a Ásia, pois a obra do boticário português apresentava o último grande retrato do Ásia marítima antes da chegada em força dos europeus.

Tomé Pires, antes de partir na expedição de Fernão Peres de Andrade rumo ao litoral chinês, deve ter enviado o original da Suma Oriental para Portugal, nas naus da carreira da Índia, já que a obra estava explicitamente dedicada ao monarca lusitano. O manuscrito autógrafo terá efetivamente chegado a Lisboa em 1515 ou 1516, mas desapareceu nos arquivos reais, pois não se lhe consegue descortinar o rasto na documentação dos anos seguintes. Embora contendo preciosíssimas notícias de caráter geográfico e etnográfico sobre a Ásia, a Suma oriental conheceu uma reduzida difusão na época da sua redação. Com efeito, parece ter circulado apenas nos círculos luso-indianos ligados a Afonso de Albuquerque e também, naturalmente, nos meios ultramarinos da corte régia portuguesa. Atualmente conhecem-se apenas duas cópias manuscritas da obra, uma completa, conservada em Paris, e outra incompleta, guardada em Lisboa. O manuscrito parisino, intitulado “Somma oriemtall que trata do maar Roxo athee os chijs compilada por thome pirez”, terá sido copiado por volta de 1516, talvez para Afonso de Albuquerque, a partir da versão original redigida pelo próprio Tomé Pires. Por caminhos que se desconhecem, acabou por ser depositado na Bibliothèque de l’Assemblée Nationale (Ms. 1248), em Paris, onde hoje se encontra. Sabendo-se que esta biblioteca francesa foi constituída na sequência da revolução de 1789 com fundos bibliográficos confiscados a aristocratas gauleses, será difícil determinar a exata origem do códice português, que continha igualmente o chamado “Livro de Francisco Rodrigues”. O manuscrito lisboeta, que tem por título “Soma horiemtall que trata do mar Roxo ate os chims”, não contém nome de autor e terá sido copiado em Lisboa por volta de 1526, conservando-se hoje na Biblioteca Nacional de Portugal (Cód. 299/2). Mas contém apenas uma versão parcial da Suma Oriental, com cerca de um terço da obra original. Faltam-lhe as secções dedicadas a Malaca e à Insulíndia, precisamente aquelas que incorporavam as notícias mais relevantes para leitores europeus. Um emissário do erudito veneziano Giovanni Battista Ramusio, que visitou Lisboa entre 1525 e 1528, conseguiu adquirir uma cópia da Suma Oriental muito semelhante à do manuscrito lisbonense, mas o exemplar obtido não tinha nome de autor, certamente por lhe faltarem as páginas da dedicatória, único local onde figurava a referência a Tomé Pires. Ramusio veio a publicar uma versão italiana, anónima, do

texto obtido em Lisboa, no primeiro volume da sua célebre coletânea de viagens Navigationi et Viaggi, impresso em Veneza em 1550. No prefácio ao texto de Tomé Pires, o editor queixava-se das dificuldades encontradas na obtenção do manuscrito. Precisamente na altura em que o agente de Ramusio visitou Lisboa, as ilhas de Maluco estavam a ser intensamente disputadas entre as coroas de Portugal e Espanha. Por esse motivo, todas as informações relativas àquelas longínquas paragens eram tratadas em Portugal com o maior sigilo, de modo a não fornecer a eventuais antagonistas um excessivo conhecimento do terreno. Essa conjuntura explica, certamente, a impossibilidade de um estrangeiro obter em Lisboa uma cópia integral da Suma Oriental, que era então o tratado geográfico mais exaustivo sobre a Insulíndia. O manuscrito de Paris foi redescoberto em 1937 por Armando Cortesão, que dele preparou uma edição para a Hakluyt Society, The ‘Suma Oriental’ and the ‘Book’ of Francisco Rodrigues (Londres, 1944), integrando o texto original e uma tradução inglesa, além de extensa introdução e prolixas anotações. A edição portuguesa, da responsabilidade do mesmo historiador, e contendo a versão portuguesa da obra e traduções da introdução e das notas inglesas, seria publicada em Coimbra em 1978, com o título A Suma Oriental de Tomé Pires e o Livro de Francisco Rodrigues. A edição de Cortesão, louvável a todos os títulos, está hoje, passado mais de meio século, algo envelhecida, pelos critérios de transcrição utilizados, pelos numerosos lapsos cometidos, pelo facto do aparato crítico estar em numerosos pontos ultrapassado, por se terem entretanto desenvolvido exponencialmente as investigações em torno das matérias e época abordadas na Suma Oriental, e pela circunstância de ter sido respeitada a confusa organização atual do manuscrito, que não respeita a conceção original de Tomé Pires, talvez por em algum momento os fólios terem sido reorganizados por algum dos seus possuidores. Uma nova edição crítica deste manuscrito, preparada por Rui Manuel Loureiro, foi publicada recentemente em Lisboa (2017). Quanto ao manuscrito lisboeta, apesar de não incluir uma porção substancial dos materiais originalmente preparados pelo boticário português, apresenta-se, ainda assim, como um tratado bastante exaustivo sobre a geografia do litoral asiático compreendido entre o Mar Vermelho e a cidade de Cantão. Esta versão foi publicada em Macau, também por Rui Manuel Loureiro, em edição crítica prolixamente anotada: O Manuscrito de Lisboa da “Suma Oriental” de Tomé Pires (1996).

Rui Manuel Loureiro
ISMAT e CHAM/NOVA

Obras:

A Suma Oriental de Tomé Pires e o Livro de Francisco Rodrigues, ed. Armando Cortesão. Coimbra. Acta Universitatis Conimbrigensis, 1978.
Loureiro, Rui Manuel. O Manuscrito de Lisboa da “Suma Oriental” de Tomé Pires. Macau, Instituto Português do Oriente, 1996.

Pires, Tomé. Suma Oriental, ed. Rui Manuel Loureiro. Lisboa, Centro Científico e Cultural de Macau. Fundação Jorge Álvares-Fundação Macau, 2017.

Bibliografia sobre o biografado:
Loureiro, Rui Manuel. “A Malograda Embaixada de Tomé Pires a Pequim.” In Portugal e a China, ed. Jorge M. dos Santos Alves, 39–55. Lisboa, Fundação Oriente, 1999.

Loureiro, Rui Manuel. “O Sudeste Asiático na Suma Oriental de Tomé Pires.” Revista de Cultura / Review of Culture 4 (2002): 106–123.