Mouta, Fernando de Oliveira Velez

Lisboa, 2 setembro 1900 – ?,  26 julho 1963

Palavras-chave: Angola, Cartografia Geológica, Geologia Colonial.

DOI: https://doi.org/10.58277/ZSJC8471

Fernando de Oliveira Velez Mouta foi um engenheiro de minas português. A sua ação contribuiu para a ocupação científica das colónias e participação de Portugal nos compromissos geológicos internacionais.

Fernando Mouta nasceu em Lisboa, onde se licenciou em Engenharia de Minas pelo Instituto Superior Técnico (IST). Em 1922, com 22 anos iniciou a carreira profissional na recém-criada ‘Missão Geológica de Angola’ que tinha como objetivo a cartografia geológica da então colónia portuguesa.

Após a sua nomeação para o quadro comum do Império como engenheiro de minas dos serviços de indústria, geologia e minas de Angola, apresentou a primeira carta geológica da colónia de Angola ao Congresso Internacional de Geologia, realizado em Washington, em 1933.

Foi presidente da Câmara Municipal de Luanda entre 1935 e 1939 e foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Cristo. 

Depois de um curto período em que desenvolveu a sua atividade profissional em empresas particulares, foi contratado como chefe de brigada para trabalhos de levantamento da carta geológica de Angola. Terminado esse contrato, exerceu as funções de professor catedrático além do quadro da cadeira de Geologia e Paleontologia Portuguesas do IST (1949-1951). 

Em julho de 1951 foi contratado pela Junta de Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar (JIU) como investigador de geologia. Aí desenvolveu o estudo das formações geológicas do Karroo de Angola. Ainda ao serviço da junta, reunindo os conhecimentos geológicos existentes, reformulou a carta geológica de Angola e notícia explicativa. Desempenhou o cargo de chefe dos serviços de indústria e geologia da Província de Moçambique a partir de 1955, sendo nomeado diretor no ano seguinte.

Desde 1926 e até à sua aposentação, Mouta foi um participante assíduo nos vários congressos geológicos internacionais, em representação das colónias, do Ministério do Ultramar, ou da JIU. A partir de 1950, quando foi nomeado membro suplente e mais tarde, membro efetivo do Conselho Científico Africano, participou nas reuniões deste organismo, onde eram discutidos os interesses coloniais dos vários países.

Os compromissos internacionais assumidos nestes encontros, bem como a participação como delegado nas comissões da carta geológica internacional de África e mais tarde, a carta geológica do mundo, permitiram-lhe uma visão ampla para os problemas que a investigação geológica enfrentava no Império português e em particular, em Angola. 

Defensor da geologia como uma ciência fundamental para o desenvolvimento das colónias e da sua ocupação efetiva, considerou que muitos dos problemas geológicos podiam ser resolvidos a partir de estudos que envolvessem a cartografia geológica, dando origem ao conhecimento dos recursos disponíveis, com evidentes consequências para o fomento económico, através do desenvolvimento da exploração mineira e da agricultura. Considerava que o desenvolvimento da carta geológica numa Nação era “um marco do seu grau de civilização”.

A noção do avanço da investigação realizada pelas potências europeias nas colónias africanas foi também o ponto de partida da sua agenda de modernização. Apresentando uma postura interventiva, Fernando Mouta foi crítico da pouca atenção prestada à geologia e ao desenvolvimento da investigação científica, defendendo a criação de instituições de suporte a essa atividade, como um Instituto de Investigação Científica Colonial, Museu de História Natural em Angola, bem como a reorganização dos serviços geológicos. Considerava que os trabalhos de geologia desenvolvidos eram reduzidos para as necessidades, não tendo a continuidade necessária que permitisse a formação de novos profissionais e a criação de “escola ou tradição” nessa área científica.

A formação em Engenharia de Minas não limitou o campo de investigações a que se dedicou, apresentando nos vários encontros internacionais, trabalhos que cruzam geologia, etnografia e arqueologia. A realização de campanhas de campo e o contacto com diferentes povos despertou o interesse por aspetos etnográficos, levando à edição de “Etnografia Angolana”. Por outro lado, o debate sobre as origens do homem levou-o a encontros internacionais e à divulgação de investigações detalhadas, no cruzamento da paleontologia e da antropologia. Os seus trabalhos foram desenvolvidos em colaboração com numerosos cientistas portugueses e estrangeiros.

A sua atividade profissional terminou em 1958 ao serviço da Província de Moçambique, após desenvolver um trabalho de investigação científica e de cooperação internacional relevante para o conhecimento do continente africano, durante mais de 30 anos.

Miguel Teixeira
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Arquivos

Lisboa, Arquivo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., Fundo Engenheiro Fernando Mouta.

Lisboa, Arquivo Nacional Torre do Tombo, Fundo Direção-Geral da Administração Pública, Departamento de Integração Administrativa, Série Processos de Funcionários do Ultramar, Fernando de Oliveira Mouta.

Lisboa, Arquivo Histórico do Instituto de Investigação Científica Tropical, Universidade de Lisboa, Processo individual de Fernando Mouta.

Obras

Mouta, Fernando. Bibliografia geológica de Angola. Lisboa: Agência Geral das Colónias, 1934.

Mouta, Fernando. Etnografia Angolana: Subsídios. Porto: Litografia Nacional, 1934.

Mouta, Fernando. Subsídio para a organização de um Instituto de Investigação Científica Colonial. Separata Revista da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses nº 707. Lisboa: Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, 1934.

Mouta, Fernando. Criação em Angola de um Museu de História Natural: Utensilhagem Colonial: 5ª Comissão. Primeira Conferência Económica do Império Colonial Português. Lisboa: Tipografia da Empresa do Anuário Comercial, 1936.

Mouta, Fernando. Possibilidade de existência de pré-hominídeos no Sul de Angola (Leba Humpata). Separata Anais do Instituto de Medicina Tropical. Porto: Imp. Portuguesa, 1953.

Mouta, Fernando. Notícia Explicativa do Esboço Geológico de Angola. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1954.

Mouta, Fernando. Esboço tectónico de Angola: Notícia Explicativa. Anais da Junta de Investigações do Ultramar, Vol. X, Tomo V. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1956.

Bibliografia sobre o biografado

“Mouta (Fernando de Oliveira Velez)” In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 18, 35-36. Lisboa – Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia Lda., s.d.

Welwitsch, Frederico (Friedrich Welwitsch, Fritz Welwitsch)

Maria Saal, Áustria, 25 fevereiro 1806 — Londres, 20 outubro 1872

Palavras-chave: Angola, botânico, herbário, Welwitschia mirabilis.

DOI: https://doi.org/10.58277/MXAO2545

Botânico austríaco, filho de Joseph Anton Welwich e Genoveva Mayr (ca.1783–c.1811) nasceu em Maria Saal, perto de Klagenfurt no Sul da Caríntia, desde cedo mostrou interesse pela botânica devido aos passeios na natureza que fazia com o seu pai.

Tendo estudado na escola primária de Maria Saal, prosseguiu os seus estudos no liceu em Klagenfurt. Contra a vontade de seu pai, que ambicionava que o seu filho estudasse direito, inscreveu-se na Faculdade de Medicina na Universidade de Viena (1824), visto que na época seria a única maneira de prosseguir os seus estudos na área da botânica. Como consequência de ter contrariado o seu pai, este retirou-lhe o apoio financeiro e para sobreviver, Welwitsch, para além da bolsa que recebia (“zweites Zwanzigerishes Handstipedium”), iniciou-se como crítico de teatro e música. Enquanto esteve em Viena, Welwitsch conviveu com jovens botânicos entre os quais: Karl Moriz Diesing, Karl von Enderes, August Neilreich, Ludwig von Köchel e Eduard Fenzl (1808–1879), o único contacto do tempo de juventude com quem Welwitsch mais tarde trocaria correspondência.

A primeira publicação de Welwitsch (1834) foi distinguida com um prémio atribuído pela cidade de Viena. Na mesma altura foi oficialmente nomeado como médico especialista em cólera, nomeação que fez com que se reconciliasse com o seu pai. Na época, a nomeação para um lugar oficial mesmo não tendo o grau de doutor não era invulgar.

Depois de viajar como tutor de um jovem nobre, Welwitsch adquiriu o título de doutor em Medicina (1836) com a sua tese Synopsis Nostochinearum Austriae Inferioris, que na época contribuiu com perspectivas interessantes para a ciência médica e seus métodos de exame. Continou as suas viagens como tutor e acompanhante, não se sabendo ao certo os objectivos desta ocupação, nem quem Welwitsch acompanhou.

Em 1839, surgiu a oportunidade de fazer uma expedição às ilhas dos Açores, Cabo Verde e Canárias, tendo sido recomendado por Christian Ferdinand Friedrich Hochstetter e Ernst Gottlieb von Steudel da Unio Itineraria de Vurtemberga, da qual Welwitsch também era membro. Welwitsch nunca mais retornou ao seu país natal.

Na sua viagem passou por Esslingen, Paris (onde contactou com Jussieu, Brongniart, Auduin, Arago, St. Hilaire, Gay e Webb) e Londres. A 13 de Julho de 1839, o botânico chegou a Lisboa, e dado os contínuos adiamentos da sua expedição devido ao mau tempo, Welwitsch aproveitou o tempo de espera para fazer excursões nos arredores de Lisboa, bem como para aprender a língua portuguesa. Em seis semanas, depois de chegar a Portugal, Welwitsch adquiriu um bom domínio da língua (muito provavelmente por ter boas bases de latim) tendo conseguido rapidamente estabelecer ligações com entidades científicas e oficiais, entre os quais Joaquim José da Costa de Macedo (secretário da Academia das Ciências), rei D. Fernando II e duque de Palmela. Tornou-se membro da Sociedade Farmacêutica Lusitana, Lisboa (1839) e membro correspondente da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa (1840).

A expedição aos Açores, inúmeras vezes adiada, acabou por não acontecer e a Dezembro de 1840, o duque de Palmela confiou a Welwitsch a posição de diretor do Jardim Botânico da Ajuda, num período politicamente conturbado em Portugal. Welwitsch, para além de diretor do Jardim Botânico, tornou-se demonstrador de botânica (demonstrator botanicae) e conservador na Escola Politécnica de Lisboa, onde hoje se encontra o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC-Museus da Universidade de Lisboa). Enquanto esteve em Portugal, o botânico aproveitou para viajar e coletar plantas por todo o país, tendo como auxiliar técnico, Bento António Alves. Em Agosto de 1841, Robert Brown na altura com 68 anos, acompanhou Welwitsch numa excursão de três dias ao Vale do Zebro, a sul do Tejo.

Em 1844, Welwitsch abandonou ambos os cargos quando o duque de Palmela lhe concedeu a posição de diretor dos seus jardins do Lumiar e lhe confiou a orientação de outros dos seus jardins dispersos no país. Em 1850, publicou Genera Phycearum Lusitanae, a respeito das algas do seu herbário português, e no mesmo ano o Governo Português decidiu enviar uma expedição científica a Angola. Para este projeto Welwitsch teve o apoio do próprio rei D. Fernando II, do ministro das Colónias,  Bernardo Sá da Bandeira (1795–1876) e de Bernardino António Gomes (1806–1877), responsável pela cadeira de Matéria Médica na Escola Médico Cirúrgica de Lisboa. Deste modo, a 17 de Março de 1851 o Governo Português foi autorizado a enviar um naturalista às colónias e a 10 de Abril de 1852, Welwitsch foi designado para o cargo de naturalista neste projeto dado os seus vastos conhecimentos sobre fauna e flora de Portugal.

Depois de catorze anos em Portugal, Welwitsch embora tendo mantido a nacionalidade austríaca, considerou Portugal como sendo a sua “pátria adotiva” e até 1853 manteve-se no país tendo saído apenas para curtas viagens a Paris, Londres e costa ocidental espanhola. Na viagem a Londres encontrou-se com Robert Brown, adquiriu o equipamento que necessitava para a sua expedição e foi eleito membro da Royal Botanical Society of London (c.1852).

Depois dos preparativos oficiais finalizados, Welwitsch partiu a 8 de Agosto de 1853 no navio de guerra Duque de Bragança, tendo passado pela ilha da Madeira (12 a 14 de Agosto), arquipélago de Cabo Verde (20 a 24 de agosto), Serra Leoa (29 de agosto a 6 de setembro), ilha do Príncipe (15 a 22 de setembro), ilha de S.Tomé a 23 de setembro chegando a Luanda, Angola, a 30 de setembro. Esta expedição às possessões angolanas (1853–1860) teve como objetivo a colheita de plantas e animais para análise científica, com o fim de verificar o seu potencial económico. Enquanto esteve em Luanda foi nomeado diretor da comissão encarregue de preparar a representação de Angola na Exposição Mundial de Paris de 1855. No mesmo período foi nomeado membro correspondente do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (1855) depois de ter enviado sementes para esta instituição. Welwitsch permaneceu sete anos em Angola, tendo feito explorações nas atuais províncias de Luanda, Bengo, Cuanza Norte, Malange, Benguela, Namibe e Huíla. Nestas províncias, colheu espécimes, fez ilustrações, tirou inúmeras notas de campo detalhadas, quer em termos de descrição quer de distribuição e habitat. Durante o tempo que permaneceu em Angola conviveu em setembro de 1854 com David Livingstone no Golungo Alto e a 3 de setembro de 1859 foi o primeiro europeu a descrever a famosa planta do deserto do Namibe, mais tarde classificada de Welwitschia mirabilis, por Joseph Dalton Hooker em honra do botânico austríaco.

Chegou a Portugal a 31 de janeiro 1861 com mais de 8 000 coleções botânicas correspondendo a cerca de 5 000 espécies, das quais 1 000 não tinham sido ainda descritas. Esta representa provavelmente a coleção mais significativa feita desde sempre na África Tropical. Pouco tempo depois de chegar a Portugal foi nomeado membro da comissão governamental para o fomento da cultura do algodão em Angola e membro da comissão governamental com o fim de preparar as amostras de objetos da representação nacional na Exposição Mundial de Londres de 1862. Como resultado desta exposição, Welwitsch recebeu uma medalha por uma coleção de produtos notável, tendo sido esta entregue pessoalmente pelo rei a 11 de maio de 1863 tendo sido ainda condecorado (Hábito de Cristo). Welwitsch recebeu também a cruz de cavaleiro da Ordem de Francisco José pelo imperador Francisco José (1863) e a condecoração da Ordem de Maria Anunciada.

No entanto, dado que Welwitsch não tinha condições para identificar as suas coleções em Portugal, pois não possuía literatura suficiente, nem outras coleções botânicas para efetuar comparações taxonómicas, depois das devidas autorizações feitas ao Governo Português, partiu com estas para Londres em 1863, mantendo os seus espécimes nas habitações onde viveu, ao mesmo tempo que tentava identificá-los durante visitas ao British Museum (BM) e aos Royal Botanic Gardens, Kew (K). Welwitsch foi eleito sócio da Linnean Society of London (1858) e mais tarde fellow (1865). Em Londres, o naturalista austríaco manteve contacto com vários botânicos, entre os quais: William Hooker, Joseph Hooker, Daniel Oliver e William Philip Hiern. O botânico, antes de falecer em Londres, em 1872, expressou em testamento o desejo de que as suas colecções fossem depositadas em BM e noutros herbários mas o Governo Português, que tinha financiado a expedição, exigiu que estas voltassem a Lisboa. Seguiu-se um processo em tribunal, em que ficou decidido, em 1875, que o melhor lote iria para Lisboa (atual MUHNAC- Herbário LISU), o segundo lote para BM e que os restantes lotes fossem distribuídos por outras instituições. Welwitsch encontra-se enterrado no cemitério de Kensal Green, Londres.

Sara Albuquerque
Universidade de Évora

Arquivos

Lisboa, MUHNAC (Museus da Universidade de Lisboa), Herbário LISU, “Welwitsch”, Caixas 1-5

Londres, Natural History Museum (NHM), “Welwitsch”, Museum Archives, DF BOT/400/3/61, DF BOT/404/1/8/20

Londres, NHM, “Litigation over the Welwitsch Collection”, Museum Archives, DF BOT/404/2/

Londres, NHM, “Correspondence of Henry Trimen on the Welwitsch case”, Museum Archives, DF BOT/405/1

Londres, NHM, “Welwitsch paper and exhibition”, Museum Archives, DF BOT/461/9

Londres, NHM, “Friedrich Welwitsch temporary exhibition”, Museum Archives, PH/4/11/12

Londres, The Linnean Society of London, Library & Archives, Class. SP.1260 – 1262

Londres, Royal Botanic Gardens, Kew, Library, Art & Archives, Director’s Correspondence, volumes 42, 47, 48, 51, 60.

Obras

Welwitsch, Frederich. “Beiträge Zur Kryptogamischen Flora Unterösterreichs.” Beiträge Zur Landeskunde Österreichs 4 (1834): 156–273.

———. “Synopsis Nostochinearum Austriae Inferioris.” Vienna: 1836.

———. “Genera Phycearum Lusitanae.” Actas da Academia das Ciências de Lisboa II (1850): 106–17.

——— “Semina Plantarum Africae Tropicae Occidentalis, in Insulis Capidis Viridis, Nec Non in Contenente Africano, Imprimis in Regno Angolensi Lecta.” Annais do Conselho Ultramarino, Parte Não Official (Apontamentos), Sér. I (1954): 79–84.

———. Relação das Collecções de Objectos de História Natural, Feitas até agora nos Distritos de Golungo-Alto, Cazengo e numa parte do de Ambaca.” Annais Do Conselho Ultramarino, Parte Não Official (Apontamentos) 24 (1956): 253–54.

———. “Aphorismos Ácerca Da Fundação Dos Jardins de Acclimatação Na Ilha Da Madeira E Em Angola, Na Africa Austro-Occidental.” Jornal Do Commercio, no. 1478 (1958): pp.

———. “Apontamentos Fito-Geográficos sobre a Flora da Província de Angola na África Equinocial, servindo de Relatório Preliminar àcerca da Exploração Botânica da mesma Província executada por ordem de Sua Majestade Fidelíssima pelo Dr. Welwitsch.” Annais Conselho Ultramarino, Parte Não Official (Apontamentos) Sér. I (1958): 527–80.

———. Synopse Explicativa das Amostras de Madeiras e Drogas Medicinais e de Outros Objectos Mormente Etnographicos Colligidos na Provincia de Angola Enviados a Exposicao Internacional de Londres em 1862 (…). Lisboa: Imprensa Nacional, 1862.

———. “Observations on the Origin and the Geographical Distribution of the Gum Copal in Angola, West Tropical Africa.” Journal of the Linnean Society 9 (1866): 287–302.

———. “Sertum Angolense, Sive Stirpium Quarundam Novarum Vel Minus Cognitarum in Itinere per Angolam et Benguellam Observatarum Description Iconibus Illustrata.” Transactions of the Linnean Society 27 (1869): 1–94.

Bibliografia sobre o biografado

Albuquerque, Sara; Figueirôa, Sílvia; Felismino, David. “The forgotten library of the botanist Friedrich Welwitsch (1806-1872).” e-Journal of Portuguese History 18 (2020): 83–112. https://repository.library.brown.edu/studio/item/bdr:5axckv7w/.

Albuquerque, Sara; Figueirôa, Silvia. “Depicting the Invisible: Welwitsch’s Map of Travellers in Africa.” Earth Sciences History 37 (2018): 109-–29. http://dx.doi.org/10.17704/1944-6178-37.1.109.

Dolezal, Helmut. Friedrich Welwitsch: Vida e Obra, trad. A.W. Exell & E.J. Mendes. Lisboa: Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1974.

Edwards, Phyllis Irene. “Friedrich Welwitsch, 1806–72: His Manuscripts and Correspondence in the Departments of Botany and Zoology, British Museum (Natural History), the Linnean Society of London and the Royal Botanic Gardens, Kew.” The Biological Journal of the Linnean Society 4 (1972): 291–303.

Klemun, Marianne. “Friedrich Welwitsch (1806-1872): (Pflanzengeograph in Kärnten, Begründer Des Herbars in Portugal Und Erschliesser Der Flora Angolas).” Carinthia II 180/100 (1990): 11–30.

Kury, Lorelai; Albuquerque, Sara. “Global affinities: the natural method and anomalous plants in the nineteenth century.” HoST – Journal of History of Science and Technology 15 (2021): https://sciendo.com/article/10.2478/host-2021-0003.

Mendonça, Ascensão. “Colectânea de Escritos Doutrinários, Florísticos e Fitogeográficos de Frederico Welwitsch Concernentes Principalmente à Flora de Angola.” Lisboa: Divisão de Publicações e Biblioteca, Agência Geral das Colónias, 1945.

Swinscow, T. D. V. 1972. “Friedrich Welwitsch, 1806–72: A Centennial Memoir.” The Biological Journal of the Linnean Society 4 (4) (1972): 269–89.

Mora, António Damas

Rio de Moinhos, 2 maio 1879 — Lisboa, 4 junho 1949

Palavras-chave: Doença do Sono, Angola, Instituto de Medicina Tropical, Assistência Médica aos Indígenas.

DOI: https://doi.org/10.58277/LNDF9819

António Damas Mora foi um médico que dedicou a maior parte da sua vida aos programas de Assistência Médica aos Indígenas e ao combate à doença do sono, tendo a sua ação principal decorrido em Angola (1921-1934).

Nasceu em Rio de Moinhos (Abrantes) onde frequentou o Ensino Primário, findo o qual se inscreveu no Colégio de S. Fiel (Serra da Gardunha), pertencente à Companhia de Jesus.

Terminado o curso secundário matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, onde foi aluno, entre outros, de José António Serrano, Miguel Bombarda, Curry Cabral, Alfredo da Costa e Ricardo Jorge. Este último viria a ter a maior influência na sua carreira profissional. 

Em 1896 alistou-se como voluntário no Exército Português na situação de “soldado aspirante a facultativo do Ultramar”,e, em 1901, defendeu a tese de licenciatura intitulada “Breves considerações sobre o fórceps como tractor”.Nesse mesmo ano entrou como Externo no Internato do Hospital de S. José e Anexos, mas a sua passagem por esta instituição foi breve, pois, em 1902, foi nomeado para o quadro de Saúde de Angola e S. Tomé e Príncipe, tendo aportado a S. Tomé em março desse ano, após o que foi colocado na Ilha do Príncipe na qual permaneceu até 1910.

A doença do sono, importada de Angola, era uma endemia que dizimava as populações, e foi ao combate desta doença, que se dedicou enquanto permaneceu na ilha.

A Escola de Medicina Tropical (EMT) empenhou-se na luta contra a doença e enviou 3 missões médicas que ali atuaram entre 1904 e 1911.

António Damas Mora foi integrado na 2ª missão (1907-1908), chefiada por Correia Mendes, que tinha como finalidade a destruição do habitat da mosca tsé-tsé (desmatação), a eliminação dos animais selvagens portadores da doença, e, a terapêutica e profilaxia com Atoxyl, um medicamento injetável pela primeira vez utilizado por Ayres Kopke em 1905. Esta missão preparou a seguinte, chefiada por Bruto da Costa, que pôs fim à doença ao eliminar o seu vetor, feito que teve repercussão internacional.

Damas Mora regressou à metrópole em 1910, e, após um período passado em Lisboa, ofereceu-se para ser colocado no Quadro de Saúde de Macau e Timor, chegando a esta ilha em 16 de Fevereiro de 1914. Aqui assumiu o cargo de diretor dos Serviços de Saúde. Organizou, então, um sistema de visitas médicas periódicas ao interior do território.

Para além disso criou o Boletim Sanitário de Timor, publicação mensal, fundou uma Escola de Enfermagem no Hospital de Díli, e combateu as doenças endémicas: beribéri, lepra, paludismo, doenças venéreas e úlceras tropicais. Criou, também, as termas do Marôbo, indicadas para tratamento de “reumatismos, micoses e eczemas”.

Quando em 1919 regressou a Lisboa (numa viagem que durou 110 dias) foi louvado pelo governador de Timor, o oficial de Marinha Filomeno da Câmara (1873-1934).

Em 1920 assumiu a chefia da Direção de Saúde do Ministério das Colónias onde fomentou legislação com a intenção de fazer a reforma sanitária das colónias: promoção de estágios no estrangeiro para médicos coloniais, reorganização da EMT, organização de congressos e publicação de uma revista de medicina tropical.

Quando, em 1921, o General Norton de Matos (1879-1955) foi nomeado Alto-comissário de Angola, chamou-o para ocupar o lugar de Chefe de Repartição de Saúde e Higiene de Angola, o mais alto cargo no âmbito da saúde, e incumbiu-o de organizar a assistência médica aos indígenas. Ao longo dos anos passados em Angola foi a sua grande causa. Ainda neste ano foi nomeado diretor do Hospital de Luanda e lançou a Revista Médica de Angola, anos mais tarde substituída pelo Boletim de Assistência Médica aos Indígenas e da Luta contra a Doença do Sono.

Em 17 de Novembro foi promulgado por Norton de Matos o Dec. Nº24 da Província de Angola, que, entre outras obrigações, promovia a administração gratuita do quinino a funcionários e pobres, e determinava a gratuitidade da assistência médica para muitas classes de europeus e para todos os africanos não assimilados. Esta generalização da assistência médica, sem distinção étnica era uma medida nunca até então praticada. 

Competia à Assistência Médica aos Indígenas (AMI) estabelecer os cuidados preventivos à mulher grávida e à criança, fazer visitas periódicas às sanzalas (aldeias), criar maternidades e promover a vacinação antivariólica em larga escala, bem como a profilaxia das doenças contagiosas, particularmente a Doença do Sono. Com a criação desta estrutura, o número de médicos aqui destacados tinha passado de 25 para 51, no interior de Angola. Um dos seus colaboradores, Carlos d´Almeida, destacado para o norte (Congo e Zaire) conseguiu, em três anos, reduzir a incidência da da doença, de 12% para valores residuais. Todo o programa da AMI se iniciou no mandato de Norton de Matos (1921-1924), mas a sua concretização só foi conseguida no tempo do engenheiro militar, Vicente Ferreira.

Entretanto, com o apoio de Norton de Matos, organizou o 1º Congresso de Medicina Tropical de África Ocidental, que teve lugar em Luanda entre 16 e 23 de julho de 1923. O tema principal foi a assistência médica aos indígenas nas colónias dos diversos países europeus. Compareceram 76 congressistas entre os quais se destacava Émile Brumpt (1877-1951), professor de Parasitologia da Faculdade de Medicina de Paris, e uma autoridade mundial nesta matéria, e, entre os nacionais, Ayres Kopke e Carlos França. As atas do Congresso foram reunidos numa obra publicada em cinco volumes, com cerca de 2.900 páginas.

Durante o Congresso Damas Mora atingiu o posto de coronel – médico, o mais alto da carreira médica militar à época. Pouco depois, Norton de Matos, que tinha realizado obras de fomento em Angola, acusado pelos seus adversários metropolitanos de despesismo, foi demitido e colocado como embaixador em Londres.

Sem o apoio do general, Damas Mora foi exonerado a seu pedido e, em 1924, regressou a Lisboa.

Em março de 1926 foi nomeado por Ricardo Jorge para, juntamente com João Ornelas, integrar uma missão de estudo constituída por 12 médicos higienistas europeus, que, com o apoio da Fundação Rockefeller iriam percorrer, as colónias do noroeste africano entre Dakar (Senegal) e Freetown (Serra Leoa). Foi o designado” tour de Dakar”, após o qual, na conferência reunida nesta última cidade, se estabeleceu o princípio de que o progresso de África só era possível se as suas populações – desnutridas e vítimas das mais agressivas endemias – fossem saudáveis.

O que observou nesta viagem teria a maior importância no pensamento e na ação de Damas Mora em Angola.

Em setembro do mesmo ano Vicente Ferreira foi nomeado Alto-comissário em Angola e promoveu o regresso de Damas Mora a quem entregou a direção dos Serviços de Saúde e Higiene. Foi então criado o Fundo de Assistência ao Indígena com um orçamento de 7000 contos doado pelo Governo Central.

O território, em que era maior a incidência da doença do sono, foi então dividido em 4 Zonas Sanitárias (Congo-Zaire, Cuanza, Luanda e Benguela) cada uma sob a alçada de um médico- chefe, zonas subdivididas em Sectores, também com um médico por cada sector, sendo estes sectores constituídos por Postos Sanitários, sob a responsabilidade de enfermeiros. O último escalão deste sistema eram os Centros de Convocação nos quais compareciam periodicamente, e num regime obrigatório, as populações vizinhas que eram submetidas a observação para vigilância não só desta patologia, mas também da varíola, boubas, paludismo, etc. O tratamento com Atoxyl passou, também, a ser obrigatório.

Ao mesmo tempo foram criadas as Missões Volantes que levavam a assistência médica aos mais recônditos lugares da selva africana.

O âmbito da AMI foi então alargado aos campos administrativo, moral e religioso, sendo este entregue aos missionários. É a AMI Integral, um conceito genuinamente português, que os belgas adaptaram na sua colónia do Congo. 

Havia a intenção de aplicar este programa a todo o território de Angola, mas, por razões políticas e financeiras, só foi possível cumpri-lo nas zonas endémicas da doença. Foi ainda neste período que se criaram as sanzalas-enfermarias,aglomerados de cubatas em que aos doentes era permitido o convívio com a família, provendo esta ao seu sustento alimentar, e as aldeias-modelares, nas quais se distribuíam casas e terrenos a casais africanos saudáveis, que tinham, como contrapartida, a obrigação de se autossustentarem cultivando o terreno.  

As sanzalasenfermarias atingiram um número elevado, sendo atribuído a uma delas o seu nome, ao contrário das aldeias-modelares para as quais foi sempre escasso o apoio financeiro e político.

Entretanto, Salazar tinha chegado ao poder, e era ministro das Finanças. Considerando o regime financeiro de Vicente Ferreira, absurdo, demitiu-o em novembro de 1928.

Damas Mora foi nomeado Governador-geral Interino, e após uma viagem de 3000 quilómetros pelo interior de Angola prometeu aos agricultores a manutenção da campanha do trigo, e afirmou a sua convicção de que o futuro da província assentava em três fatores: multiplicação da população europeia e africana, desenvolvimento agrícola e melhoria nas comunicações.

Em Dezembro, no decorrer do 1º Congresso de Higiene e Medicina Tropical, realizado no Cairo, foi agraciado com o grau de Doutor pela Universidade do Cairo.

O seu mandato foi curto. Em 2 de Fevereiro de 1929 desembarcou em Luanda o novo Alto – comissário, o oficial de Marinha Filomeno da Câmara, que trazia instruções do governo central para impor a maior austeridade nas finanças de Angola. Foi assim destruída toda a estrutura sanitária erguida nos anos precedentes, e Damas Mora considerou que não tinha condições para desempenhar o seu cargo e regressou, mais uma vez, a Lisboa.

Foi neste período que o presidente da Organização de Saúde da Liga das Nações, Ludwik Rajchman, o convidou para o “Comité” de Peritos da doença do sono., sediado em Genebra.

Filomeno da Câmara governou Angola despoticamente, e um levantamento militar, em março de 1930, obrigou o governo central a demiti-lo.

Damas Mora regressou às suas funções em Angola, mas, lutando com falta de verbas que o ministro Armindo Monteiro lhe não concedia, não conseguiu que o Serviço de Saúde atingisse os padrões anteriores.

Nos relatórios oficiais Damas Mora queixou-se de só em parte lhe ter sido possível converter a orientação básica daquele serviço, que era a do tratamento individual, em Higiene Pública, mas lembrava que a doença do sono. tinha deixado de ser a calamidade dos anos 20, tendo o índice de infeção, por exemplo na Zona do Cuanza, baixado de 2,86%, em 1927, para 0,14% em 1934.

Em 1932 representou Portugal na Conferência Médica do Cabo (África do Sul) dedicada à peste e à Assistência Médica aos Indígenas e provou que Portugal nestes campos estava claramente avançado em relação aos outros países coloniais. 

Em 1933 foi publicado o Diploma 442 que regulamentou o exercício das farmácias em Angola.

Em 1934 foi convidado pelo governo central para desempenhar o lugar de Diretor dos Serviços de Saúde de Macau, onde desembarcou em 1 de fevereiro de 1935. Editou, então, mais uma revista: o Boletim Sanitário de Macau e tomou várias medidas na área da Higiene Pública: fomentou o saneamento do pântano de Sankin e da lagoa de Mong-Há, combatendo assim o paludismo, e acabou com o beribéri nas prisões da cidade. Participou na II Conferência Internacional de Cantão para estudo da Lepra e na de Hong-Kong para combate ao tráfico de mulheres, sendo, em 1936, nomeado para a Comissão de estudos sobre o ópio. Foi, ainda, provedor da Santa Casa da Misericórdia e vogal substituto do Juiz de Direito.

Em 1936 regressou definitivamente a Lisboa, onde foi nomeado diretor do Instituto de Medicina Tropical, cargo habitualmente desempenhado por um professor do Instituto, norma que neste caso foi ultrapassada, pela experiência que adquirira ao longo da  vida dedicada à Medicina Tropical.

No Instituto criou a cadeira de Assistência Médica aos Indígenas, e instituiu os concursos académicos semelhantes aos da Faculdade de Medicina de Lisboa, tendo presidido a vários júris.

Em 1939 atingiu o limite de idade e viveu mais 10 anos de uma reforma tranquila, que teve o seu término no dia 4 de junho de 1949, tendo morrido de um provável enfarte do miocárdio.

Ao longo da sua vida recebeu numerosos louvores e as seguintes condecorações: Medalha Militar de Prata de Bons Serviços (1925), Medalha Militar de Prata de Comportamento Exemplar (1925), Grande Oficial da Ordem Militar de Avis (1925), Cavaleiro da Ordem de Leopoldo (agraciado pelo rei Alberto da Bélgica, que tinha por ele grande estima), Medalha Militar de Ouro de Comportamento Exemplar (1932), Comenda de Nichan-El-Anouar (governo Francês – 1934), Grande Oficial da Coroa Belga (1935) e Comenda da Ordem do Império Português.

O seu tempo de serviço oficial nas colónias portuguesas – considerando os aumentos resultantes da colocação nestes territórios – atingiu 56 anos:19 em S. Tomé e Príncipe, 24 em Angola, 10 em Timor e 3 em Macau.

Luiz Damas Mora
Ex-Cirurgião dos Hospitais Civis de Lisboa, 
 Presidente da Comissão do Património Cultural do Centro Hospitalar de Lisboa Central

Arquivo

Mora, António Damas. Processo individual, Arquivo Nacional da Torre do Tombo; Proc. 90.760, P1, cx 5620.

Mora, António Damas. Processo Militar, depositado no Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), com as seguintes cotas: AHU-MC-DGM – 4ª Rep.,Cxª 647, P.tª 80, Pro.º 39; AHU-MC-DGM – 4ª Rep., Cx.ª 1201, P.tª 19, Pro.º 23; AHU-MC-DGM-4ª Rep., Cx.ª 1055-A, P.tª 1-B, Pro.º 38, 1º vol.; 4ª Rep., Cx.ª 1055-A, P.tª 1-B, Pro.º 38, 8º vol.

Obras 

Mora, A. Damas. “Assistência Médica aos Indígenas em África.” A Medicina Contemporânea, 43, 1926 : 353 a 357 e 393 a 396.

Mora, A. Damas. “O Estado actual da assistência médica aos indígenas na colónia de Angola e outras colónias estrangeiras do grupo da África inter-tropical.” Memória apresentada no 3º Congresso Colonial Nacional, 1930. 

Mora, A. Damas. “Serviços de Saúde e Higiene – Considerações finais de um relatório do seu Director.” A Província de Angola, 27 de junho, 1934.

Mora, A. Damas. “A mortalidade infantil de brancos e indígenas nas colónias de Angola e Moçambique, suas causas principais e remédios possíveis (método para a organização de estatística da mortalidade infantil.” Comunicação apresentada no 4º Congresso Colonial, Lisboa, 1940.

Mora, A. DamasHistória da Escola de Medicina TropicalÁfrica Médica, 6, 1941: 339- Correia Mendes, Aníbal; Silva Monteiro; Damas Mora, António; Bruto da Costa, Bernardo. Relatório Preliminar da Missão de Estudo da Doença do Sono na Ilha do Príncipe. Archivos  de Hygiene e Pathologia Exóticas, 2(1), 1909: 3  45.

Bibliografia sobre o biografado

Almeida, CarlosOs Trabalhos das Missões do Sono estabelecidas nos Distritos do Congo e Zaire, em 192. Revista Médica de Angola, 5, janeiro, 1927 (com Prefácio de A. Damas Mora).

Amaral, Isabel. The emergence of tropical medicine in Portugal: the School of Tropical Medicine and the Colonial Hospital of Lisbon (1902-1935Dynamis, 28 (1), 2008: 301-328.

Amaral, Isabel; Carneiro, Ana; Mota, Teresa Salomé; Borges, Victor Machado; Dória, José Luís. Percursos da Saúde Pública nos séculos XIX e XX – a propósito de Ricardo Jorge. Lisboa: Ed. CELOM, 2010.

“A Província de Angola” – Entrevista a Damas Mora sobre a sua primeira viagem de Inspecção como Governador- Geral Interino de Angola, 4 de Dezembro, 1928.  

Boletim Oficial da Província de Angola – Série I, 26 de novembro, 1921.

Boletim Sanitário de Macau – Ano de 1934 – Imprensa Nacional de Macau, 1937.

Castro, Ricardo. A    Escola    de     Medicina     Tropical    de     Lisboa    e    a afirmação do Estado Português   nas  Colónias    Africanas (1902-1935). Dissertação de Doutoramento, Faculdade   de   Ciências  e  Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, 2013. (http://run.unl.pt/bitsream/10362/12163/1/castro_201)

Coghe, Samuël.Inter-Imperial Learning and African Health Care in Portuguese Angola in the Interwar Períod. Social History of Medicine, 28, 1, 2015: 134-154.

Coghe, Samuël. Tensions of Colonial Demography, Depopulation Anxieties and Population Statistics in Interwar Angola.Contemporanea, 18(3), 2015:  472-478

Coghe, SamuëlReordering Colonial Society: Model Villages and Social Planning in Rural Angola, 1920-194. Journal of Contemporary History, 52 (1): 16-44. (D01:0.177/00220094166332282), 2016.

Matos, Norton. Memórias e trabalhos da minha vida. Lisboa: Editora Marítimo Colonial, 1944.

Mesquita, Bruno.  –Considerações sobre a profilaxia da doença do sono em Angola. Tese de Licenciatura, Universidade de Coimbra, 1934.

Trolli, GiovanniL’organisation du Service Médical de l’Angola. Boletim da Assistência Médica aos Indígenas e da Luta contra a Moléstia do Sono, 2 (2), 1929.

“1º Congresso Internacional de Medicina Tropical da Africa Ocidental – Comptes-rendus.”  Revista Médica de Angola, 1925.

Mora, Luiz Damas.  “António Damas Mora e o combate às doenças tropicais em Angola (1921-1934).” Anais do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, 15(1), 2016: 9-26. 

Mora, Luiz Damas.  António Damas Mora – um médico português entre os trópicos. Lisboa: By the Book, 2017.